Como agir preventivamente com o FMEA
- 06/08/2018

A metodologia de Análise do Tipo e Efeito de Falha, conhecida como FMEA (do inglês Failure Mode and Effect Analysis), é um método que busca, em princípio, evitar, por meio da análise das falhas potenciais e propostas de ações de melhoria, que ocorram falhas no projeto do produto ou do processo.
Pode-se
aplicar a análise FMEA nas seguintes situações:
•
para diminuir a
probabilidade da ocorrência de falhas em projetos de novos produtos ou
processos;
•
para diminuir a
probabilidade de falhas potenciais (ou seja, que ainda não tenham ocorrido) em
produtos/processos já em operação;
•
para aumentar a
confiabilidade de produtos ou processos já em operação por meio da análise das
falhas que já ocorreram;
• para diminuir os riscos de erros e aumentar a qualidade em procedimentos administrativos.
É comum nos dias atuais que os processos e produtos passem por transformações, porém, muitas vezes as mudanças que deveriam melhorar acabam trazendo mais problemas, e agora o que fazer?
Existem várias ferramentas e métodos no mercado que ajudam a EVITAR os problemas, entre elas, podemos citar o tão famoso FMEA (Failure Mode and Effects Analysis), este método consiste em prever QUASE todos os possíveis problemas de um processo ou produto.
Os passos para esta ferramenta são bem simples e devem ser seguidos em uma sequência:
Função:
Preenchimento de forma concisa e clara da função do item para atender o objetivo do projeto. Incluir informações relativas ao ambiente em que o sistema deve operar (por exemplo: definir faixas de temperatura, pressão e umidade ou Item: Carcaça do eixo traseiro – Função: Suportar o conjunto do eixo). Se houver mais de uma função com diferentes modos de falha potencial, relacionar as funções separadamente.
Para a definição da função
podemos perguntar:
- Para que serve? - Em que condições irá trabalhar?
MODO DE FALHA
POTENCIAL:
É definido como a forma ou a maneira pela qual o componente, subsistema ou sistema poderia potencialmente falhar em atender ou entregar a função intencionada descrita na coluna do item/função.
Deve ser descrito em termos técnicos e não necessariamente como um sintoma perceptível pelo cliente.
Importante: um grande número de modos de falha para uma mesma função, pode indicar que o requisito não esteja bem definido.
Pergunta-se:
- De que maneira este
processo pode fracassar na sua função estabelecida?
- Que poderia impedir que
esta peça atenda as especificações?
- Quais fatos poderiam ser considerados inconvenientes para o cliente?
EFEITOS POTENCIAIS DE
FALHAS: É a descrição do que o
cliente (interno ou externo) sofre, supondo acontecida a falha em questão, ou
seja, determinar efeitos potenciais inclui a análise das consequências das
falhas e a severidade ou gravidade de tais consequências.
- O que acontecerá se
ocorrer o tipo de falha descrito?
- Quais consequências poderá
sofrer o cliente?
Deve ser considerada a hierarquia entre os componentes, subconjuntos, conjuntos e sistemas. Declarar com clareza se a função poderá ter impacto em aspectos de segurança ou em atendimento à regulamentação governamental.
Lembrar que existe uma hierarquia entre os níveis de componente, sistema e subsistema, por exemplo, o produto pode trincar, causando inoperação do subconjunto, e diminuição da performance do conjunto. O sistema perderá eficiência, levando a uma insatisfação do cliente.
Exemplo:
O produto pode trincar, causando inoperação do subconjunto, e diminuição da performance do conjunto. O sistema perderá eficiência, levando a uma insatisfação do cliente.
SEVERIDADE(s) -
(NOTAS DE 1 A 10): A severidade é a
avaliação da gravidade do efeito da falha potencial sobre o componente,
subsistema, sistema ou cliente. A severidade aplica-se ao efeito da falha, ou
seja o "quanto" ele pode incomodar o cliente.
O índice de severidade só pode ser reduzido através de uma modificação de projeto.
CAUSA(s) MECANISMO(s)
POTENCIAL(ais) DE FALHA: É a deficiência de
projeto que pode dar origem ao tipo de falha. É definida como uma indicação de
como a falha poderia ocorrer, descrita em termos de algo que possa ser
corrigido ou possa ser controlado. Causa potencial de falha pode ser uma
indicação de uma fragilidade de projeto, cuja consequência é o modo de falha.
Existe uma relação direta entre a causa e o modo de falha, ou seja, se a causa ocorrer, então, o modo de falha também ocorre. Identificar a causa raiz do modo de falha permite a identificação de controles e planos de ação apropriados. Geralmente, a análise de cada causa potencial é analisado e executado em separado.
Ocorrência (O) -
(Notas de 1 a 10): Ocorrência é a
estimativa da probabilidade da causa em questão (listada na coluna anterior)
ocorrer e ocasionar o tipo de falha considerado. O índice de ocorrência é mais
um significado do que um valor numérico, ou seja, não deve refletir a real
probabilidade de ocorrência, sua base será o escopo do FMEA
CONTROLE DE PROJETO
ATUAL: Controles são aquelas
atividades que previnem ou detectam a causa da falha ou do modo de falha. É
importante listar o que está sendo feito atualmente e não o desejável.
Prevenção: Elimina (previne) a ocorrência da causa do mecanismo de falha, ou do modo de falha, ou reduz sua taxa de ocorrência.
Detecção: Identifica (detecta) a existência de uma causa, do resultante mecanismo de falha ou modo de falha, por métodos analíticos ou físicos, antes do item ser liberado para produção.
Detecção (D) - (Notas
de 1 a 10): Detecção é o índice que
avalia a probabilidade da falha ser detectadas antes do produto ser liberado
para produção.
Deve-se assumir que a falha ocorreu independente do
índice de ocorrência. Um índice de ocorrência baixo, não significa que o índice
de detecção será também baixo.
Para FMEA de projeto, é a estimativa da capacidade do
programa de verificação do projeto e demais controles no projeto de identificar
uma deficiência em potencial do projeto antes que os desenhos sejam liberados
para a produção.
Para redução do índice de detecção é necessário uma melhoria do Programa de Verificação do Projeto e nos demais controles.
NÚMERO DE PRIORIDADE DE RISCO (NPR): Uma
vez que a equipe tenha concluído a identificação inicial dos modos de falha e
efeito, causas e controle, incluindo classificações, severidade, ocorrência e
detecção, deve-se decidir se são necessários esforços adicionais para reduzir o
risco.
O
foco inicial da equipe deve ser orientado para os modos de falha com as
severidades mais elevadas. Quando a severidade for 9 ou 10, é imperativo que a
equipe assegure que o risco esteja tratado através dos existentes controles de
projeto ou ações recomendadas.
O NPR é o produto das notas de Severidade (S), Ocorrência
(O) e Detecção (D).
NPR = S x O x D
Este
valor deve ser usado para estabelecer as prioridades no projeto (Como um
Diagrama de Pareto). O NPR estará entre 1 e 1000. Para altos NPR’s, a equipe
deve empreender esforços para reduzir o risco calculado, promovendo ações
corretivas.
Como prática geral, quando houver uma
nota alta de severidade, deve ser dada atenção especial a esta falha,
independente do valor do NPR.
NOTA:
O índice de risco é uma maneira de hierarquizar as falhas. Uma falha pode
ocorrer frequentemente, mas de pequena importância e ser facilmente detectável. Neste caso, não
apresentará grandes problemas (baixo risco). Seguindo o mesmo raciocínio, uma falha
que tenha baixíssima probabilidade de ocorrer, mas que seja extremamente grave,
(como por exemplo falha de um componente do avião) merecerá uma grande atenção.